"Concurso é emburrecimento. Tenha paciência, fique burro. Porque se você for inteligente você não passa nem com o satanás. Você tem que se mediocrizar e aprender qual é a técnica de responder a qualquer tipo de imbecilidade que lhe pergunte".
O autor desta pitada (ou deste caminhão) de sal é J.J. Calmon de Passos, jurista baiano, em aula magna proferida na Academia Brasileira de Direito Processual Civil. O vídeo está logo abaixo, para você ver. Toda vez que revejo o vídeo uma risada sarcástica me escapole. Só não rio mais porque, a par da oratória jocosa de seu autor, existe sim, um fundo de verdade.
Entenda "emburrecimento". Tal processo é o que te faz estudar lei seca para provas objetivas, andar com o vademecum sempre riscado, usar fórmulas mnemônicas, estudar informativos dos tribunais superiores, resolver provas passadas, memorizar pensamentos dominantes, súmulas e outros mais. Emburrecer, no caso, é aplicar métodos matemáticos a uma ciência humana. Sim, um contrassenso. Mas é, em boa parte, a realidade da preparação dos aspirantes às carreiras jurídicas.
Entenda "emburrecimento". Tal processo é o que te faz estudar lei seca para provas objetivas, andar com o vademecum sempre riscado, usar fórmulas mnemônicas, estudar informativos dos tribunais superiores, resolver provas passadas, memorizar pensamentos dominantes, súmulas e outros mais. Emburrecer, no caso, é aplicar métodos matemáticos a uma ciência humana. Sim, um contrassenso. Mas é, em boa parte, a realidade da preparação dos aspirantes às carreiras jurídicas.
Continuemos no processo. Ria (ou chore) com o vídeo abaixo.
Se você também gostou do tom ácido da crítica do professor, vai agora uma pequena seleção de vídeos extraídos de palestras deste ilustre jurista baiano:
No meu ponto de vista, o professor fez uma crítica às provas de concurso, que como sabemos, às vezes são muito mal elaboradas, baseadas em editais mais mal elaborados ainda, com organizadoras bastante desorganizadas, o que se reflete nesse monte de concursos alunados, cancelados, que vemos por aí.
ResponderExcluirTalvez nossos modelos de provas, que exijem esse tipo de estudo, estejam defasados e precisando de renovação.
Mariana.
Excelente aula. O professor J. J. Calmon de Passos, apesar da avançada idade, está muito lúcido. É um profundo conhecedor das mazelas que cercam o nosso universo jurídico. Parabéns!
ResponderExcluirMuito bom!!!
ResponderExcluirCada dia mais percebo que concurso público é estratégia. Não adianta querer estudar tudo de todas as matérias, nem ser especialista em uma área e não saber muita coisa de outra. Precisamos buscar o equilíbrio!!! Parabéns pelo blog, Mocam!
Concordo com o professor.Pra passar num concurso jurÍdico vc tem que decorar a lei seca, súmulas e algumas doutrinas. Já fui reprovado, pq não decorei súmulas. Agora, conhecer o texto seco de uma súmula é sinal de inteligência?
ResponderExcluirMãe do Céu! Depois da internete e ainda tem gente desinformada. Meu professor dizia que "não basta saber onde está a informação, é preciso saber como encontra-la". O PROFESSOR JOSÉ JOAQUIM CALMON DE PASSOS JA MORREU! ACORDEM! E jamais em sua vida foi uma pitada, mas foi sempre um trator. Tanto que ainda hoje comentamos sobre seus ensinamentos.
ResponderExcluirCaro Baiano,
ResponderExcluirSim, o professor Calmon de Passos já morreu. Em nosso texto não há nada que faça parecer que o mesmo ainda vive.
A expressão "cum grano salis" geralmente é inserida quando se remete a um juízo de ponderação, de forma a relativizar uma regra, obtemperar. Daí a brincadeira no título, justamente porque o professor pondera a "verdade dos concursos públicos" de modo nada sutil.
É justamente o que está escrito lá no segundo parágrafo de nosso texto: "O autor desta pitada (ou deste caminhão) de sal..."
Um caminhão de sal, inequivocamente.
Obrigado pela visita em nosso site.
Forte abraço,
MOCAM